quinta-feira, 23 de setembro de 2010



A um Livro.


No silêncio de cinzas do meu Ser
Agita-se uma sombra de cipreste,
É uma sombra triste que ando a ler,
No livro cheio de mágoa que me deste!
Estranho livro aquele igual a mim!
Cheira a mortos a rir e a cantar…
É dum branco sinistro de jasmim.
Que só me dá vontade de chorar!
Parece que folheio toda a minh´alma!
O livro que me deste, em mim salma
As orações que choro e rio e canto!
Poeta igual a mim, ai quem me dera
Dizer que tu dizes! Quem soubera
Velar a minha Dor desse teu manto!


Poema De: Florbela Espanca

dedicado a um dos livros que mais me comoveu .
































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